Os efluentes, ao serem processados por um biodigestor, geram resíduos que podem ser usados como adubo orgânico
Biodigestor que transforma efluentes em energia é alternativa no campo – Foto: Counter Culture Coffee/Flickr
Com o crescimento da população mundial, as demandas por água e energia são crescentes, mesmo com cada vez mais equipamentos eficientes e programas de conscientização de uso racional desses recursos. Os efluentes, que são os resíduos líquidos também conhecidos como esgotos e que podem ser domésticos, industriais, agrícolas, entre outros, têm o potencial de ajudar a racionalizar o uso tanto da água quanto de energia.
O efluente tratado já tem sido usado como água para lavagem de ruas, irrigação de parques e praças, e retorno para o uso industrial. Tem sido usado também para irrigação nas mais diversas culturas agrícolas, para reposição de água em aquíferos e, finalmente, mais recentemente, os efluentes estão sendo usados como fonte de energia.
Se pararmos para pensar, gastamos energia para gerar resíduos e também para tratá-los, sendo assim, seria muito melhor poder gerar energia com esses resíduos. A forma mais estudada de gerar energia com efluentes é através da biodigestão porque são ricos em matéria orgânica. Os efluentes são transferidos para um reator anaeróbio, o biodigestor, que contém bactérias que se desenvolvem sem oxigênio e digerem a matéria orgânica gerando o biogás, que, por sua vez, é uma mistura dos gases metano (55% a 70%), carbônico (30%-45%) e 500 a 4.000 parte por milhão de sulfeto de hidrogênio. Ao final do processo, além do biogás, é gerado um lodo estabilizado que pode ir para um aterro sanitário, ser utilizado como adubo na agricultura ou para fazer carvão.
Na atividade agropecuária, o biodigestor pode ter diversas escalas de tamanho, sendo possível adaptá-lo para grandes e pequenos produtores ou até mesmo propriedades rurais de subsistência, que se beneficiam da energia elétrica, gás de cozinha, adubo e economia de água para irrigação.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Ana Cristina Machado Vasconcelos, bacharel em Gestão Ambiental, aluna de Especialização em Agricultura Sustentável e técnica de laboratório na FZEA. A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.
Fonte: Jornal da USP| Rádio USP
