O projeto da maior planta de dessalinização para consumo humano da América Latina dá mais um passo importante para sua concretização: no próximo dia 5 de outubro está agendada a reunião no Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA) para dar continuidade às tratativas da emissão da Licença Ambiental e Licença Prévia pela Semace. As obras começarão nos primeiros meses de 2024 e o início da operação está previsto para 2026.
A planta, que é uma obra da Cagece e será construída e operada pela SPE Águas de Fortaleza, terá uma capacidade de produção de água potável de 1m³ (mil litros de água) por segundo e beneficiará cerca de 720 mil pessoas, garantindo o abastecimento seguro de Fortaleza.
“Os estudos já estão concluídos. Já realizamos audiência pública para explicar para a população como será conduzido todo o trabalho e estamos aguardando apenas as últimas licenças, que deverão ser emitidas nos próximos dias. O projeto está avançando e, muito em breve, Fortaleza poderá contar com mais essa matriz hídrica tão necessária para evitar escassez de água, que pode ser agravada em 2024 com a chegada do fenômeno el niño ”, avalia Renan Carvalho, diretor da SPE Águas de Fortaleza.
Condução do projeto
Para a produção do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Dessal foram necessários 18 meses. A escolha da Praia do Futuro se deu após estudos técnicos realizados pela Cagece. Quando a SPE Águas de Fortaleza assumiu o projeto, o local já estava pré-estabelecido e amplamente divulgado pela imprensa.
Em setembro do ano passado, a Anatel questionou a localização do empreendimento, uma vez que os cabos de telecomunicações também ficam na Praia do Futuro, então, para afastar qualquer possibilidade de interferência, o projeto foi ajustado para afastar 500 metros do último cabo. Porém, tal alteração resultou no adiamento em um ano no fornecimento de água dessalinizada para a população de Fortaleza. “Com isto, a cidade deixou de receber 31 milhões de m³ de água dessalinizada – o equivalente a 3 milhões de carros pipa”, calcula Renan Carvalho.
“Lamentamos este adiamento, em contrapartida, após esta mudança, podemos afirmar que o risco para o serviço de telecomunicações é zero. Hoje, as obras podem ser executadas com muito mais precisão. Os 500 metros de afastamento é até demasiado quando sabemos que existem estruturas até mais próximas convivendo no mar”, afirma Carvalho.
Além das empresas de engenharia que compõem a SPE Águas de Fortaleza, a Dessal conta com a expertise da IDE Technologies de Israel – país que é o maior produtor de água dessalinizada do planeta e da projetista EXE, com projetos de obras no mar em vários países mundo afora.
“O estudo foi feito de forma totalmente criteriosa. Na Planta, o único ruído gerado é dos conjuntos moto-bombas, sendo que o barulho se assemelha ao produzido por estações elevatórias de água da Cagece. O ambiente onde as bombas serão instaladas receberá tratamento acústico para que o ruído exterior se mantenha dentro do determinado pelas normas brasileiras. Não haverá nenhuma alteração no uso da faixa de areia, comércio e banho na área próxima à área da Planta”, finaliza Renan.
Fonte: Focus Jor