Do jar-test ao ajuste de processo sem mistério em 7 passos!

Com esses ensaios é possível determinar se a ETE está ou não subdimensionado, se as taxas de projeto x taxa de operação estão adequadas ao processo, pode-se entender melhor escape de sólidos de decantador, determinar melhor frequência de purga de decantadores e etc.

É muito comum no laboratório de controle de processos encontramos o aparelho de jar-test ou também conhecido ensaio de jarros. Com esse equipamento podemos simular praticamente todas as operações e condições da ETE, porém infelizmente na prática é muito comum ouvirmos que esse equipamento apenas define tipo de produto e dosagem, o que é um grande equívoco, esse aparelho frequentemente subestimado e até taxado como “perda de tempo”, vai muito além, veja outros exemplos de testes que podemos executar: 

 

– Rampa de pH e temperatura  

– Dimensionamento de agitadores para coagulação e floculação 

– Velocidade especifica de sedimentação e projeto de decantador 

– Taxa e produção de lodo 

– Condicionamento de lodo 

– Taxa de adensamento de lodo 

 

Com esses ensaios é possível determinar se a ETE está ou não subdimensionado, se as taxas de projeto x taxa de operação estão adequadas ao processo, pode-se entender melhor escape de sólidos de decantador, determinar melhor frequência de purga de decantadores e etc. A principalmente vantagem do jar-test é a economia de tempo e precisão, já que conduzir até 6 ensaios ao mesmo tempo, testando diversas condições, por outro lado o ajuste na planta, se dará sempre apenas um tentativa por vez, algo que pode ser muito mais demorado não tão preciso e muito, mas muito trabalhoso! 

jar-test

Desse modo pensamos em 7 dicas para ajudar você a executar o ensaio de jar-test com excelente, visando o ajuste de processo em uma ETE de modo mais rápido e preciso.  

  1. Opte por fornecedores de produtos químicos de qualidade e idôneos. Tem em mãos os boletins técnicos dos produtos e prepare as soluções em concentração conhecidas baseados em % de peso, por exemplo solução 1,0%.
  2. Tenha em mãos instrumentos analíticos para verificação das condições dos testes, por exemplo pipetas graduadas, pHmetro, turbidímetro, colorimetro, digestores de DQO, o que for mais adequado para o objetivo do teste.
  3. Sendo o jar-test aplicado para ajuste de processo e não para estudos de tratabilidade, saiba quais são os tempos de contato de cada etapa (ou também conhecido como tempo de detenção hidráulico ou TDH), bem como o gradiente de agitação das unidades de coagulação e floculação; 
  4. Prepare os jarros e execute o teste com base nas características impostas pelo sistema, opte pelo melhor resultado procurando avaliar maior remoção com menor dosagem. Lembrando que para efluente nem sempre o mais clarificado implicado em maior redução de DQO; 
  5. Prepare as soluções na ETE com base no melhor ensaio de jarro, faça a checagem da vazão das bombas dosadoras, certifique-se que a vazão é a desejada, para então seguir com os demais ajustes. 
  6. Para o ajuste de processo na planta, tenha em mente que o jarro é muito mais sensível a variações rápidas de pH, temperatura e condições de mistura, desse modo adicione de 10 a 30% para mais no tempo e dosagem, já que na ETE a tendência é que o reator não se comporte de modo tão ideal. 
  7. Após ajuste das dosadoras, aguarde o tempo de reação, pode varia de 5 a 30 minutos depende do volume do reator e volume de alimentação. Portando nada de reajustar a dosagem antes do tempo certo, isso vai dificultar o processo. É comum também ter que aguardar o equivalente e 2 ou 3x o TDH pois o reator em planta não tem a mistura perfeita e as zonas de mistura pobre ou mesmo zonas mortas podem levar mais tempo para sair, portanto vale o acompanhamento visual dos processos e claro, ter paciência.

No curso Operação & Controle de ETE , programado para Janeiro de 2025, iremos abordar em mais detalhes essas práticas assim como os conceitos de processos, como TDH, rampa de pH, ponto de melhor condição de floculação, cálculos de dosagens e preparos de produtos químicos, entre outros.

Por: Henrique Martins Neto
 

Compartilhe esse conteúdo:

Siga-nos:

Parceiro de conteúdo

Digital Water

Digital Water

O DW Journal é uma fonte de notícias, artigos técnicos, estudos de caso e recursos científicos sobre o setor de águas, efluentes e meio ambiente. O DW Journal possui como missão, ser um impulsor de atividades técnico-científicas, político-institucionais e de gestão que colaborem para o desenvolvimento do saneamento ambiental, buscando à melhoria da saúde, do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas.

Nossos cursos

DW Journal

Nossos Parceiros

veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions

Guia do Saneamento

Produtos

Conteúdos relacionados

Usamos cookies para personalizar conteúdos e melhorar a sua experiência. Ao navegar neste site, você concorda com a nossa Política de Privacidade.