A NBR ISO/IEC 17025:2017, que completou mais um aniversário na segunda-feira (19), é uma norma técnica internacional que rege os Sistemas de Gestão da Qualidade em laboratórios. Cinco anos depois, ela continua sendo um desafio para os laboratórios que têm dificuldades na interpretação e, consequentemente, na implementação do processo. Tais desafios impactam diretamente na eficiência da gestão e na qualidade dos resultados das atividades laboratoriais.
Observamos que alguns dos erros mais comuns que os laboratórios cometem são justamente aqueles que exigem que este tenha um sistema de gestão eficaz. Para ampliar a compreensão da importância da norma para a gestão do laboratório, elencamos cinco itens da NBR ISO/IEC 17025:2017, que a maioria dos laboratórios têm dificuldades.
Desafio 1: Item 8.5 – Riscos e oportunidades
Tudo na nossa vida envolve uma preparação para os riscos e oportunidades. Se fôssemos fazer uma viagem de carro em família, por exemplo, deveríamos planejá-la para nos antecipar aos possíveis contratempos que podem acontecer durante o percurso. E com antecedência, planejaríamos as ações para mitigar os riscos e/ou aproveitar as oportunidades que podem surgir no meio do caminho.
Em uma gestão laboratorial, isso não é diferente. Para garantir que o sistema de gestão alcance os resultados pretendidos, o laboratório deve avaliar os riscos e oportunidades relacionados às atividades laboratoriais. O item 8.5 aborda a importância das ações de monitoramento e análise crítica de todo o processo de gestão, e inclusive, na prevenção de eventuais não conformidades.
Ou seja, além de prevenir ou reduzir impactos indesejáveis, a execução deste item de forma eficiente poderá aumentar as oportunidades do laboratório em atingir os objetivos de negócio.
Desafio 2: Item 8.7 – Ações corretivas
Mesmo com uma boa gestão de riscos, os laboratórios não estão isentos da ocorrência de não conformidades. Não conformidade é o não atendimento a um requisito. Pior do que a ocorrência de uma não conformidade é não ter planejado as ações corretivas a fim de reagi-la.
Nesse sentido, as ações corretivas são fundamentais para controlar e corrigir as não conformidades, bem como para lidar com as consequências delas. A não conformidade deve ser analisada criticamente para que sejam eliminadas as causas, evitando a ocorrência em outro lugar.
Contudo, ainda há muitos desafios no planejamento destas ações corretivas em função da lentidão na identificação das causas e a falta de registros das não conformidades. Um outro ponto de atenção é a demora na correção, perdendo a eficácia da ação corretiva tomada.
Desafio 3: Item 7.6 – Avaliação da incerteza da medição
Entregar resultados de análises confiáveis seguindo critérios internacionalmente aceitos e reconhecidos é o objetivo de todo laboratório acreditado e/ou que busca acreditação. No entanto, sabemos que nenhum método de medição consegue garantir 100% de confiança, mas com técnicas e ferramentas adequadas, é possível obter resultados aceitáveis e avaliar a qualidade da medição.
O item avaliação da incerteza de medição é fundamental para obter a qualidade dos procedimentos de análises e a confiança nas medições realizadas.
E para isso, é preciso que os laboratórios invistam em treinamentos da sua equipe, buscando sempre a análise crítica dos componentes de incerteza e a escolha do modelo matemático da medição mais adequado ao sistema de gestão da qualidade.
Desafio 4: Item 7.10 – Trabalho não conforme
Há quem ainda confunda trabalho não conforme com não conformidade. E para esclarecer essa dúvida, sugerimos dois conteúdos muito valiosos:
Não conformidade é o não atendimento a um requisito de uma forma geral. O trabalho não conforme é uma não conformidade relacionada diretamente às atividades laboratoriais, aos resultados destas atividades ou a qualquer requisito que tenha sido acordado com o cliente.
Elas podem ser identificadas durante alguma etapa do processo ou após a entrega do resultado e, consequentemente, ocasionam a reavaliação do trabalho realizado.
Sendo assim, classificamos de trabalho não conforme quando a não conformidade identificada possa comprometer ou colocar em risco os resultados das atividades de laboratório prestadas (ensaio, calibração e/ou amostragem).
Por isso, a importância de saber separar trabalhos não conformes das não conformidades para a implementação de ações corretivas com a finalidade da retomada das atividades do trabalho sem colocar em risco a gestão do laboratório.
Desafio 5: Item 6.2 – Pessoal
Por último, mas não menos importante, vamos falar sobre o item que aborda os requisitos em relação aos funcionários do laboratório. Sabemos que as pessoas são o ativo mais importante de um negócio, e não é diferente para o segmento de laboratório.
O pessoal do laboratório é responsável por atender o cliente, coletar e armazenar a amostra, realizar a análise da amostra e entregar o resultado da análise, entre outras atividades. Todas essas etapas devem ser executadas com imparcialidade, competência, segurança e confiabilidade.
Uma atividade realizada com baixa eficiência ou a rotatividade de pessoal podem dificultar o alcance dos objetivos corporativos, reduzindo a competividade do laboratório.
Para evitar que isso aconteça, o laboratório deve documentar os requisitos de competência para cada função que influencie os resultados das atividades de laboratório, incluindo os requisitos de formação, qualificação, treinamento, conhecimento técnico, habilidades e experiência.
Como vocês podem ver, os desafios são inúmeros e de longa data. A dificuldade de interpretar a norma e implementá-la da forma adequada podem prejudicar a produtividade e a competividade do laboratório.
Como dissemos no início deste artigo, estamos celebrando o 5º ano da NBR ISO/IEC 17025:2017 que, em 2017, sofreu atualizações para aprimorar ainda mais a qualidade em laboratórios e garantir a validade dos resultados. No entanto, é preciso reciclar também a maneira de fazer gestão laboratorial para adequar novos conhecimentos e competências.
Compreendendo os desafios do segmento, a How to Lab trouxe um novo conceito de consultoria para laboratórios, lançando uma plataforma digital cuja missão é garantir que todos os processos laboratoriais sejam realizados com segurança, eficiência e qualidade.
A How to Lab é o novo jeito de fazer gestão de laboratório. Utilizamos uma metodologia orientada para o aumento da produtividade e redução de custos. Ou seja, é muito mais do que uma decisão de qualidade, é uma decisão estratégica.
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Referências:
Fonte: How To Lab