Apesar da diminuição de 30%, total de lixo despejado no sistema de esgotamento sanitário da RMR, em 2022, passou de 1.280 toneladas
Um dos maiores desafios para a operação dos sistemas de esgotamento sanitário na Região Metropolitana do Recife (RMR) e cidade de Goiana, área de atuação do Programa Cidade Saneada, é o descarte de materiais inapropriados na rede coletora, gerando obstrução nas tubulações e extravasamentos em vias públicas. Somente nas unidades operadas pela parceria da Compesa com a BRK, uma média de 106 toneladas de lixo são retiradas por mês das tubulações, estações elevatórias e de tratamento de esgoto. Apenas em 2022, o total passou de 1.280 toneladas de lixo descartados irregularmente no sistema de esgoto sanitário.
Apesar do número alarmante, em conjunto com as ações de limpeza, a quantidade de lixo na rede reduziu em quase 30%, se comparado ao ano anterior, quando foram registradas 1.806 toneladas. As tubulações da rede de esgoto são projetadas para receber 99% de dejetos líquidos e apenas 1% de sólidos. Dentro de um imóvel, estão conectados à rede de esgoto o vaso sanitário, as pias, banheiro e o ralo do chuveiro. Esses dispositivos, na prática, deveriam receber apenas a água usada nessas atividades, mas a realidade é que acabam recebendo uma grande quantidade de lixo e objetos descartados incorretamente.
“Diariamente, as nossas equipes técnicas encontram diversos tipos de lixo que são destinados irregularmente nos poços de visita e tubulações, e que acabam chegando às estações, entre eles: preservativos, absorventes, fraldas, embalagens plásticas, pedaços de brinquedo, descarte de construção civil, entre outros. Esses resíduos são retirados e encaminhados de forma correta ao aterro sanitário. Todo esse lixo descartado de forma irregular pode obstruir a rede de esgoto e até mesmo rompê-la, causando os desagradáveis extravasamentos”, explica o coordenador da área de redes da BRK em Pernambuco, Augusto Nobile.
Além dos resíduos já citados, dois itens são frequentemente descartados nos ralos e causam muitos entupimentos das tubulações nos imóveis e nas ruas: as sobras de óleo e fios de cabelo. Quando acumulados, esses dejetos criam uma espécie de barreira sólida, impedindo o fluxo natural do esgoto e gerando os transtornos já citados.
Por meio de campanhas educativas, a área de Responsabilidade Socioambiental da BRK atua em diversas frentes para sensibilizar a população sobre as consequências do descarte de lixo na rede coletora, principalmente nas localidades que apresentam o maior número de ocorrências de extravasamento de esgoto. Na RMR, os bairros campeões de descarte irregular são Santo Amaro, Macaxeira, Boa Viagem, Brasília Teimosa e Imbiribeira. Apenas no primeiro trimestre de 2023, já foram mais de 450 toneladas de lixo retiradas das redes de esgoto em toda a RMR.
O Gerente de Monitoramento de Desempenho da Compesa, Bruno Eduardo Gonçalves, explica que a população pode contribuir bastante se utilizar o sistema de esgotamento sanitário da forma correta, evitando o descarte irregular de resíduos sólidos. “Grande parte das ocorrências de extravasamento de esgoto em vias públicas está relacionada à má utilização da rede coletora. Um quantidade significativa de resíduos sólidos é descartada de forma incorreta pela população e isso causa diversas obstruções até chegarem nas unidades operacionais, onde são retidos e destinados corretamente. Se houvesse uma maior conscientização da população, as obstruções das tubulações e consequentemente os extravasamentos de esgoto diminuiriam significativamente. A Compesa trabalharia de forma mais preventiva e menos corretiva”, reforça o gerente.
Limpeza na rede
A lavagem preventiva das redes coletoras de esgoto é importante para mantê-las em bom funcionamento, garantindo a eficiência do sistema de coleta e tratamento de esgoto da cidade. Um caminhão hidrojato é utilizado na limpeza. Uma mangueira de 120 metros de comprimento com alta pressão de água é introduzida na rede de esgoto. A água, em alta pressão, quebra as placas de gordura ou de lixo que se acumulam nas tubulações. Até março de 2023, mais de 170 quilômetros de redes de esgoto já receberam ações de limpeza preventiva. Em 2022, o total foi de 615 quilômetros de redes limpas.
Fonte: COMPESA
