Foto: Divulgação/Usina de dessalinização no Ceará
A construção de uma usina de dessalinização de mais de R$3 bilhões em Fortaleza, no Ceará, traz um grande avanço para a segurança hídrica na região, mas também levanta preocupações sobre a infraestrutura de internet do Brasil.
A usina de dessalinização, um investimento de mais de R$ 3 bilhões, está sendo construída em Fortaleza, Ceará. Localizada próxima à Praia do Futuro, a área é um ponto estratégico, onde convergem 17 cabos de internet de três continentes, fazendo dela o segundo maior hub de internet do mundo.
A construção da usina gerou preocupações no setor de telecomunicações, especialmente pela proximidade com esses cabos submarinos. Há temores de que as obras possam afetar a qualidade ou até interromper a conexão de internet no país.
Benefícios da usina de dessalinização
Apesar das preocupações, a usina promete aumentar em 12% a oferta de água na região, beneficiando cerca de 720.000 pessoas. Fortaleza, com 2,6 milhões de habitantes, enfrenta desafios significativos com a oferta insuficiente de água potável, agravados por períodos de estiagem.
A Praia do Futuro foi escolhida após anos de estudos, sendo preferida em relação à Praia do Cumbuco, em Caucaia, que apresentava problemas operacionais e exigiria um investimento adicional significativo. A escolha, no entanto, gerou um conflito entre a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e empresas de telecomunicações, preocupadas com o impacto nas conexões de internet.
Detalhes do projeto da usina
O projeto será liderado pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e operado pela SPE Águas de Fortaleza, uma parceria público-privada. Com um investimento de R$ 3,2 bilhões, a usina terá capacidade de produzir 1000 litros por segundo, utilizando a tecnologia de osmose reversa para remover sais marinhos. A água captada será tratada e distribuída para consumo humano, enquanto a água residual será devolvida ao mar de forma ambientalmente responsável.
A preocupação com os cabos de fibra ótica levou a ajustes no projeto. A estrutura da usina foi reposicionada para manter uma distância segura dos cabos, garantindo que não haja interferência nas telecomunicações. Essas mudanças seguem as recomendações do Comitê Internacional de Proteção dos Cabos.
Capacidade e funcionamento da usina
A planta de dessalinização, prevista para iniciar operações em 2026, será um reforço crucial durante os períodos de seca. A usina operará em capacidade total nestes momentos, fornecendo água para regiões críticas de Fortaleza. Em momentos de abundância hídrica, a operação será reduzida para manter os equipamentos em bom estado.
A construção da usina de dessalinização representa uma solução de longo prazo para os desafios hídricos do Ceará, especialmente em períodos de seca. Apesar das preocupações iniciais com a infraestrutura de internet, ajustes no projeto asseguram que não haverá impactos negativos. Este empreendimento é um marco importante na gestão de recursos hídricos no Nordeste do Brasil, equilibrando necessidades ambientais e tecnológicas.
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