A resposta curta e simples é: as duas opções. Mas vou te conduzir pela resposta mais longa e detalhista para você entender o motivo.
As bactérias filamentosas são microrganismos que têm sua estrutura alongada, formando filamentos e que compõem a estrutura do floco de lodo ativado. São essenciais para a formação da base do floco, deixando-o coeso e firme e, portanto, não suscetível à quebra por ação mecânica. Quando um floco se forma com a ausência desse tipo de microrganismo, o lodo pode ter problemas para se aglomerar e não ter peso suficiente para sedimentar, o que pode ocasionar arraste de sólidos no efluente tratado. Por este aspecto, a bactéria filamentosa não só é aliada como é necessária.
No entanto, quando há um crescimento excessivo de bactérias filamentosas (chama-se comumente de bulking), elas se tornam as vilãs do lodo ativado e da qualidade de tratamento da estação. O motivo? São vários, mas as principais causas de crescimento excessivo dos principais tipos de bactérias filamentosas avistados no lodo são:
· Insuficiência de oxigênio dissolvido no reator aeróbio;
· Óleos e graxas (gordura) constantemente alta no efluente de entrada;
· Choques de carga;
· Desregulação do pH no reator.
Para verificar se há uma abundância de bactérias filamentosas no lodo, é importante que se faça a microscopia com frequência, identificando as alterações da microbiota frente aos eventos da estação de tratamento. Utilizando a Escala de Jenkins, consegue-se contar a quantidade de bactérias filamentosas que há para fora do floco e enquadrar esse valor dentro da Escala para confirmar a presença de um possível bulking ou gerar um sinal de alerta para o aumento de filamentos.
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