Atlas com dados inéditos sobre água e tratamento de esgoto nas ARIS será lançado na CLDF

Divulgação acontecerá durante lançamento de Frente Parlamentar em defesa das ARIS, no dia 23 de agosto

Divulgação acontecerá durante lançamento de Frente Parlamentar em defesa das ARIS, no dia 23 de agosto

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Sol Nascente é uma das ARIS que mais sofre com falta de infraestrutura – Valmor Pazos Filho

Apesar de ser berço de importantes bacias hidrográficas, o Distrito Federal tem mais de 200 mil pessoas sem acesso à água potável. Os dados inéditos fazem parte do primeiro “Atlas das ARIS”, que será entregue, com informações mais aprofundadas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no dia 23 de agosto, durante o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos e Socioambientais das ARIS. 

Atualmente, o DF conta com 56 Áreas de Regularização de Interesse Social (ARIS). Esses locais são regulamentados por meio do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) de 2009 como territórios destinados à regularização fundiária e se caracterizam por possuírem habitações irregulares e/ou ocupações informais. Em muitas delas, há flagrantes violações de direitos humanos e socioambientais. 

O primeiro volume do Atlas dedica-se à análise das condições de acesso à água e tratamento de esgoto nas ARIS, questões particularmente críticas nestes territórios. Fruto de uma pesquisa-ação iniciada em 2020, o documento foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) em colaboração com parceiros da sociedade civil organizada.

“Organizado em Comissões Temáticas, o Atlas não só mapeia, mas também denuncia as condições precárias enfrentadas por essas comunidades no que tange ao saneamento básico, destacando a urgência de políticas públicas efetivas”, explica a coordenação do Projeto Vida e Água para ARIS. 

Segundo dados inéditos levantados pelo projeto da UnB, aos quais o Brasil de Fato DF teve acesso, as ARIS mais afetadas pelo desabastecimento de água potável são Sol Nascente, com 33.643 pessoas não atendidas pelo sistema da Caesb (52,6% da população total); Arapoanga I, com 33.425 pessoas não atendidas (94,3% da população total); e Mestre D’Armas I, que fica na região administrativa (RA) de Planaltina, com 27.221 pessoas sem atendimento (92,3% da população total). 

O Atlas é estruturado em dois grandes blocos: mapas detalhados e análises críticas. Os mapas revelam a distribuição das ARIS ao longo de nove eixos territoriais no DF, com um foco especial na cobertura dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto. A análise crítica que acompanha os mapas denuncia as lacunas na infraestrutura, mostrando, por exemplo, como em muitos casos as adutoras de água passam tangencialmente às ARIS, sem garantir o acesso pleno ao recurso.

“Um dos exemplos apresentados no documento é a situação das ARIS no eixo Arapoanga/Planaltina, onde, apesar da proximidade com sistemas de abastecimento, a exclusão das comunidades vulneráveis é evidente. Outro caso crítico é o da ARIS Água Quente, onde o abastecimento se dá quase exclusivamente por poços artesianos, expondo os moradores a riscos de contaminação e escassez”, detalha.

O Atlas será um importante instrumento de embasamento para a revisão do PDOT, atualmente em discussão na CLDF. É por meio desta lei que as poligonais das ARIS são identificadas, concedendo-lhes o direito à regularização fundiária e, assim, condições para acesso à obras e infraestrutura. 

Frente Parlamentar

A Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos e Socioambientais das ARIS será lançada na CLDF no dia 23 de agosto, às 10h, durante sessão em Plenário presidida pelo deputado distrital Fábio Felix (PSOL). 

“Este Atlas, ao tornar visível a realidade das ARIS, não apenas sensibiliza a opinião pública, mas também fortalece as reivindicações dessas comunidades por condições de vida dignas”, enfatiza o grupo responsável pela elaboração do documento.

Edição: Márcia Silva

Fonte: BrasildeFato

 

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