Oxigênio Dissolvido em Águas Naturais – Importância nos estudos de controle de qualidade das águas
O oxigênio dissolvido é o elemento principal no metabolismo dos microrganismos aeróbios que habitam as águas naturais ou os reatores para tratamento biológico de esgotos.
Nas águas naturais, o oxigênio é indispensável também para outros seres vivos, especialmente os peixes, onde a maioria das espécies não resiste a concentrações de oxigênio dissolvido na água inferiores a 4,0 mg/L. É, portanto, um parâmetro de extrema relevância na legislação de classificação das águas naturais, bem como na composição de índices de qualidade de águas (IQAs). No IQA utilizado no Estado de São Paulo pela CETESB, a concentração de oxigênio dissolvido é um parâmetro que recebe uma das maiores ponderações.
Concentração de oxigênio dissolvido
É o parâmetro fundamental nos modelos de autodepuração natural das águas. Nestes modelos, são balanceadas as entradas e saídas de oxigênio em função do tempo nas massas líquidas, de modo a prever-se sua concentração em seus diversos pontos, o que pode ser utilizado, por exemplo, para se estimar as eficiências necessárias na remoção de constituintes orgânicos biodegradáveis pelas estações de tratamento de esgotos a serem construídas.
Fontes de oxigênio nas águas
O oxigênio se dissolve nas águas naturais proveniente da atmosfera, devido à diferença de pressão parcial. Este mecanismo é regido pela Lei de Henry, que define a concentração de saturação de um gás na água, em função da temperatura: CSAT = α.pgás onde α é uma constante que varia inversamente proporcional à temperatura e pgás é a pressão exercida pelo gás sobre a superfície do líquido.
No caso do oxigênio, considerando-se como constituinte de 21% da atmosfera, pela lei de Dalton, exerce uma pressão de 0,21 atm. Para 20°C, por exemplo, α é igual a 43,9 e, portanto, a concentração de saturação de oxigênio em uma água superficial é igual a 43,9 x 0,21 = 9,2 mg/L.
A taxa de reintrodução de oxigênio dissolvido em águas naturais através da superfície, depende das características hidráulicas e é proporcional à velocidade, sendo que a taxa de reaeração superficial em uma cascata é maior do que a de um rio de velocidade normal, que por sua vez apresenta taxa superior à de uma represa, onde a velocidade normalmente é bastante baixa.
Fotossíntese de algas
Outra fonte importante de oxigênio nas águas é a fotossíntese de algas. Este fenômeno ocorre em maior extensão em águas poluídas ou, mais propriamente, em águas eutrofizadas, ou seja, aquelas em que a decomposição dos compostos orgânicos lançados levou à liberação de sais minerais no meio, especialmente os de nitrogênio e fósforo que são utilizados como nutrientes pelas algas.
Esta fonte não é muito significativa nos trechos iniciais de rios à jusante de fortes lançamentos de esgotos. A turbidez e a cor elevadas dificultam a penetração dos raios solares e apenas poucas espécies resistentes às condições severas de poluição conseguem sobreviver. A contribuição fotossintética de oxigênio só é expressiva após grande parte da atividade bacteriana na decomposição de matéria orgânica ter ocorrido, bem como após terem se desenvolvido também os protozoários que, além de decompositores, consomem bactérias clarificando as águas e permitindo a penetração de luz.
Águas Poluídas
Este efeito pode “mascarar” a avaliação do grau de poluição de uma água, quando se toma por base apenas a concentração de oxigênio dissolvido. Sob este aspecto, águas poluídas são aquelas que apresentam baixa concentração de oxigênio dissolvido (devido ao seu consumo na decomposição de compostos orgânicos), enquanto que as águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido elevadas, chegando até a um pouco abaixo da concentração de saturação. No entanto, uma água eutrofizada pode apresentar concentrações de oxigênio bem superiores a 10 mg/L, mesmo em temperaturas superiores a 20°C, caracterizando uma situação de supersaturação. Isto ocorre principalmente em lagos de baixa velocidade, onde chegam a se formar crostas verdes de algas à superfície.
Tipos de Sondas de Oxigênio Dissolvido
Os medidores Hanna utilizam um ou dois tipos comuns de sondas sensoriais, sendo elas, polarográfica e galvânicas.
Polarográfica:
Estas sondas de OD consistem num eletrodo (cátodo) e um contra eletrodo (ânodo). Uma voltagem polarizada é aplicada a estes eletrodos que são especfícios para a redução de oxigênio. Uma fina membrana de gás permeável isola os elementos do sensor da água da amostra, mas permite a passagem do oxigênio. O oxigênio que passa através da membrana é reduzido no cátodo, causando uma corrente, pela qual será determinada a concentração de oxigênio. Sondas polarográfica de dois eletrodos usam o ânodo como eletrodo de referência.
Galvânica:
AS sondas de OD galvânicas também contam com um eletrodo (cátodo) e um contra eletrodo (anodo), que age como uma bateria para produzir uma voltagem específica para a redução de oxigênio. Uma fina membrana de gás permeável isola o sensor dos elementos da água, mas também permite que apenas o oxigênio passe através dela. O oxigênio que passa através da membrana é reduzido pelo cátodo, causando uma corrente pela qual a concentração de oxigênio é determinada.
A Hanna instruments oferece medidores de OD em diversas modalidades, sejam eles medidores de bancada até medidores portáteis. Além de sondas, reagentes, membranas e mais!
Fonte: http://www.esalq.usp.br/ Hanna Instruments