Sistema de biodigestão para tratamento de dejetos bovinos é inaugurado em Luziânia

O projeto que inaugurou o primeiro biodigestor, tem como objetivo principal montar três sistemas de biodigestão em propriedades de pequenos produtores da cooperativa Coopindaiá, utilizando dejetos bovinos, que apresentam um inconveniente para os produtores, passando a gerar biogás em substituição ao gás de cozinha (GLP) e à lenha.
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Foto: Lílian Matheus

Um sistema de biodigestão para tratamento de dejetos bovinos em propriedade de pequeno porte, projeto desenvolvido pela Embrapa Agroenergia, em parceria com a Cooperativa Mista da Agricultura Familiar do Meio Ambiente e da Cultura do Brasil (Coopindaiá), foi inaugurado nesta quinta-feira (4), na fazenda Dois Irmãos e Uma Estrela, localizada na zona rural de Luziânia-GO. A inauguração foi feita pelo chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, e pelo presidente da Coopindaiá, Luciano Andrade de Carvalho.

O projeto que inaugurou o primeiro biodigestor, tem como objetivo principal montar três sistemas de biodigestão em propriedades de pequenos produtores da cooperativa Coopindaiá, utilizando dejetos bovinos, que apresentam um inconveniente para os produtores, passando a gerar biogás em substituição ao gás de cozinha (GLP) e à lenha.

O biogás é uma mistura de gases produzida pela digestão anaeróbica de material orgânico, constituída por aproximadamente 60% de metano e 40% de dióxido de carbono, além de outros gases em baixas concentrações, como sulfeto de hidrogênio, nitrogênio, hidrogênio, monóxido de carbono e amônia. O processo de produção de biogás ocorre naturalmente em ecossistemas como aterros sanitários e pântanos, mas também pode ser obtido em sistemas denominados biodigestores, nos quais alguns parâmetros podem ser monitorados e ajustados visando o aumento da produtividade.

Quanto ao tipo de biomassa, podem ser utilizados diversos resíduos orgânicos como de hortifrúti, efluentes industriais, esgoto e dejetos animais. O biogás obtido pede ser empregado na geração de calor, de energia elétrica ou como biometano, após etapa de purificação. Dessa forma, o biogás é considerado um biocombustível obtido de fontes renováveis, com grande potencial de uso como alternativa aos combustíveis fósseis.

“Apesar da biodigestão ser bem estabelecida em média e grande escala, não existem muitas alternativas disponíveis comercialmente para pequena escala, como é o caso do pequeno produtor rural. Assim, o projeto visa disponibilizar soluções com custo acessível e de fácil operação, a serem utilizadas em pequena escala”, afirmou Itânia Soares, que é a líder do projeto, ao lado dos pesquisadores Sílvia Belém Gonçalves e Rossano Gambetta.

“Existem vários substratos que podem ser utilizados na produção de biogás, como efluentes industriais, resíduos de hortifrúti e esterco. Sendo assim, pode-se transformar ‘lixo’ em um produto com valor agregado. Dessa forma, o biogás tem forte apelo ambiental, já que se utiliza de matéria-prima que pode representar um passivo, para geração de energia. Além do biogás, o efluente de baixa carga orgânica do processo de biodigestão (digestato), pode ser utilizado como fertilizante orgânico para solo”, disse a pesquisadora Itânia.

“A ideia é propiciar ganhos sócio-econômico-ambientais a pequenos produtores rurais na região de Luziânia, para que esses sistemas possam servir de modelo para futura adoção por parte dos demais cooperados”, afirmou Sílvia.

Como essas propriedades servirão de modelo para os demais produtores, a proposta conta também com o apoio da Embrapa Cerrados, da Embrapa Suínos e Aves e da Embrapa Hortaliças.

“Esse apoio se dá para que se possa ter uma avaliação preliminar de outras tecnologias da Embrapa que possam ser apresentadas e adotadas posteriormente de forma a aumentar a sustentabilidade sócio-econômica-ambiental das propriedades da região e, ao mesmo tempo, propagar tecnologias da Embrapa para a sociedade”, disse Rossano.

Na fazenda Dois Irmãos e Uma Estrela, que tem 92 hectares e cerca de 100 cabeças de gado, o sistema já obteve êxito.

“O principal motivo para eu participar do projeto foi a economia. No começo, eu achei que não valeria a pena, mas agora vejo que vale muito”, contou o produtor Benedito Bento Gonçalves da Cruz, que afirma ter economizado um botijão de gás ao mês com o sistema de biodigestão. “Além do botijão que economizo por mês, poderei usar o digestato como fertilizante depois”, disse o proprietário da Dois Irmãos e Uma Estrela.

Segundo o produtor, o sistema é indicado para outras propriedades da região. “Eu indicaria, pois traz uma economia muito grande”, avaliou Benedito Cruz, ressaltando a importância da parceria entre a Embrapa e a Coopindaiá. “Tanto a Embrapa como a cooperativa foram muito importantes. As duas me ajudaram muito”, disse o produtor, lembrando que foi a cooperativa que levou a Embrapa até a propriedade dele.

O evento contou com a participação de lideranças locais e autoridades federais. Estiveram presentes o deputado federal, Rubens Otoni, o vereador do Novo Gama, Julio César, representantes da Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Ministério da Agricultura e Pecuária, além de estudantes do ensino médio da Escola Rural Samambaia, produtores rurais e integrantes de associações e cooperativas de Luziânia, Novo Gama e Cristalina.

Em sua fala, o deputado Rubens Otoni ressaltou que “os estudantes tiveram uma aula não só sobre o funcionamento e as vantagens de um biodigestor, mas também sobre a importância de buscar parceiros para viabilizar projetos e como é possível superar as dificuldades por meio da organização em grupos, como associações e cooperativas”. Ele também reforçou a fala de Alexandre Alonso sobre a atuação da Embrapa, que junta a parte de energia e a parte “agro”, com preocupação em fazer pesquisas voltadas para a reindustrialização verde, e também gerar tecnologias adaptadas aos pequenos produtores rurais, como é o caso do biodigestor instalado na Fazenda Dois Irmãos e Uma Estrela.

Pela Embrapa Agroenergia, também participaram da cerimônia o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Bruno Laviola, a chefe de Transferência de Tecnologia, Patrícia Abdelnur, acompanhados de uma equipe da Unidade.

Confira as fotos do evento no link: https://drive.google.com/drive/folders/1CHetX_LjmgFKFhnZ9352LLuTCyKRigKC?usp=sharing

 
 

Márcia Cristina de Faria (MTb 24056/SP)
Embrapa Agroenergia

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Lílian Matheus
Embrapa Agroenergia

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Fonte: EMBRAPA

 

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