Nanomaterial degrada poluentes orgânicos ao ser ativado pela luz

A notícia da extinção da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA vem preocupando seriamente os profissionais e as entidades do setor de saneamento, uma vez que é o único órgão do Governo Federal que atende o saneamento rural e as comunidades abaixo de 50 mil habitantes.

Agência FAPESP* – O descarte inapropriado de agrotóxicos e medicamentos tem se tornado nas últimas décadas uma das maiores fontes de poluição ambiental. Como os processos convencionais de tratamento de água e efluentes são ineficientes na degradação desses compostos, eles representam um risco potencial ao meio ambiente e à saúde pública.

Diferentes grupos de pesquisa têm encontrado na nanotecnologia de semicondutores processos eficientes e sustentáveis para a remediação ambiental desses denominados “contaminantes emergentes”. Os semicondutores nanoestruturados podem ser ativados pela luz para desencadear uma série de processos físico-químicos que resultam na produção de espécies reativas capazes de oxidar os poluentes.

poluentes-organicos

Síntese foi feita no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar. Objetivo do estudo é combater a contaminação causada pelo descarte inapropriado de agrotóxicos e medicamentos (imagem: Cetesb)

Essa abordagem foi explorada por cientistas ligados ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) em um estudo recentemente “publicado” no Journal of Environmental Chemical Engineering.

No trabalho, o grupo analisou as propriedades fotocatalíticas do dióxido de titânio (TiO2) modificado com boro ou nitrogênio obtido por diferentes métodos de síntese: precursores poliméricos, hidrotérmico assistido por micro-ondas e sonoquímico. O objetivo era obter radicais hidroxila eficientes para a oxidação de poluentes orgânicos.

Ao final do estudo, o grupo observou que os nanomateriais modificados com boro e que usaram o método de síntese hidrotérmico micro-ondas mostraram alta eficiência para a produção dos radicais hidroxila sob luz ultravioleta (UV) ou visível.

“Discutimos em detalhes a influência dos diferentes processos deste estudo na degradação do fármaco fluoxetina, que é classificado como um contaminante emergente e tem sido encontrado em águas superficiais em diferentes regiões do mundo”, conta Ailton J. Moreira, primeiro autor do artigo e integrante do CDMF, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

A pesquisa contou ainda com a participação de grupos da UFSCar, da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

O artigo Photoactivity of boron-or nitrogen-modified TiO2 for organic pollutants degradation: Unveiling the photocatalytic mechanisms and by-products pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2213343722020802?via%3Dihub.

* Com informações do CDMF, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP.

 

Fonte: FAPESP

Compartilhe esse conteúdo:

Siga-nos:

Parceiro de conteúdo

Digital Water

Digital Water

O DW Journal é uma fonte de notícias, artigos técnicos, estudos de caso e recursos científicos sobre o setor de águas, efluentes e meio ambiente. O DW Journal possui como missão, ser um impulsor de atividades técnico-científicas, político-institucionais e de gestão que colaborem para o desenvolvimento do saneamento ambiental, buscando à melhoria da saúde, do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas.

Nossos cursos

DW Journal

Nossos Parceiros

veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions
veolia_water_technologies_solutions

Guia do Saneamento

Produtos

Conteúdos relacionados

Usamos cookies para personalizar conteúdos e melhorar a sua experiência. Ao navegar neste site, você concorda com a nossa Política de Privacidade.